Meus desafios pessoais na aceitação do auto prazer!

Você que me vê como uma mulher empoderada falando de sexualidade por aqui, precisa saber que eu também passei por desafios e também percorri esse labirinto até chegar aqui.

O meu primeiro contato íntimo comigo mesma, veio mais ou menos junto com a menarca (primeira menstruação) por volta dos meus 12 ou 13 anos, quando os hormônios da puberdade começaram a se agitar dentro de mim, eu descobri que sentia desejos, e que as carícias pelo meu corpo me traziam uma sensação de bem estar. Nesse primeiro momento eu mal conhecia a palavra Masturbação, não era algo pensado, ou programado, não tinha nenhum nome pra mim, ou mesmo propósito, era natural e só acontecia.

Quando eu tive contato com a palavra masturbação pela primeira vez, eu acho que foi em algum filme de comédia americano, eu associei o ato ao masculino e esse foi o primeiro tabu, em um segundo momento, onde eu descobri que mulheres também se masturbavam, isso me foi apresentado em um contexto de introduzir vibradores e consolos, outro tabu, como eu era virgem e não fazia nada disso, eu ainda não associava o que eu fazia com a palavra masturbação.

Até que finalmente eu entendi que sim, todos os toques que me traziam bem estar e prazer, mesmo sem qualquer introdução, mesmo eu me mantendo virgem, eram sim masturbação, e foi nesse momento que todos os outros sentimentos começaram a surgir: culpa, vergonha, medo de ser julgada, achar que estava fazendo algo vulgar.

Esse ciclo de pensamentos ruins associados a sexualidade e que são enfiados na nossa cabeça pela sociedade desde criança, só começaram a ser desconstruidos através de uma coisa chamada INFORMAÇÃO. Foi o que aconteceu comigo, eu passei a me informar mais sobre sexualidade e a naturalizar esses temas, passei a usar a masturbação como um ato de autoconhecimento e autoamor e finalmente pude aceitar o prazer de modo pleno, reconhecendo que, assim como os homens que se masturbam a vida toda, eu também posso e também mereço sentir todo prazer e benefícios que este ato pode proporcionar.

Quando a gente percebe que é capaz de mandar no nosso corpo, a gente também se sente segura, forte e confiante para transformar muito mais em nossas vidas, masturbação não é só sobre sexo, é sobre empoderar-se de tudo ao seu redor que te afeta, sobre tomar as decisões que te fazem feliz.

A imagem acima dou créditos a @donacoelha, que demonstrou perfeitamente a diferença entre a masturbação feminina, que percorre todo esse caminha difícil, e a masturbação masculina, que é simples, natural e que vai de encontro direto ao prazer. E hoje eu contei a minha história, para que um dia, quem sabe, todas as mulheres possam também ter um caminho direto ao prazer, sem precisar passar por todo esse labirinto.

Com muito amor,
Ilana Rangel
Sexóloga e fundadora Amor Informal

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